Porém naquela época (meados de ano 2000), os conversores de AD (analogo/digital) não eram tão bons quanto hoje. Realmente o sinal de ruido que os sistemas geravam eram alto e por conta disso fazia sentido tentar empurrar mais audio pra ter menos ruido. Mas de qualquer maneira, quanto mais sinal se aumenta, na verdade está aumentando tudo, audio e ruido. Só que a tentativa no passado era sempre essa, tentar empurrar mais sinal pra ter menos ruido.
Porém hoje, mesmo uma placa simples, tipo uma Scarlett Focusrite de 2 canais, tem um nível de ruído bem baixo, com isso permite que a gente trabalhe com um nível de ganho bem confortável.
Eu costumo trabalhar entre -15 e -7. Ou seja, em uma nota mais fraca, o sinal bate em “-15 peak” e, em uma nota mais forte o sinal bate em “-07 peak”. Pela figura acima, seria trabalhar na faixa verde com os picos batendo no amarelo.
Mas quando falamos de ganho, não podemos deixar de mencionar sobre fluxo de dinâmica, que nada tem a ver com equipamento e sim com DIREÇÃO DE GRAVAÇÃO.
Na estética da música radiofônica, ou seja, a qualidade da música que toca em um rádio, tv, etc, nossos ouvidos são acostumados com um fluxo de dinâmica contínuo. Ou seja, a dinâmica dos instrumentos, vozes, tem pouca variação.
Vamos pensar em um canal de voz principal de uma música:
Depois de editado, feito automação de volume, comprimido, mixado, se você reparar, no final de tudo, essa faixa vai reproduzir uma variação de dinâmica muito baixo. Isso acontece pra que ela esteja presente o tempo todo.
Por isso uma direção na hora de gravação é fundamental. Porque esse tipo de situação você não resolve com automação de volume, nem com compressor, nem com edição de ganho na pós. Claro que essas ferramentas ajudam, mas o resultado final não fica tão bom quando é feito uma direção de gravação com o técnico acompanhando todos os trechos executados pra ver se a emissão das notas estão sempre presentes, sem muita variação de dinâmica.